Publicitária desmaiou e perdeu 70% de sua audição após levar um tapa no ouvido. O taxista se irritou ao vê-la embarcar no automóvel de mãos dadas com namorada
Eliza conta que já foi alvo de homofóbicos até em point gay em Ipanema: ela não denunciou o taxista porque não conseguiu anotar sua placa | Foto: Felipe O'Neill / Agência O Dia
Segundo Eliza, a viagem só durou dois minutos, suficientes para o motorista dar arrancadas bruscas. “Estávamos descendo uma ladeira, no sentido Laranjeiras, e ele dirigia perigosamente. Pedi que pegasse leve na velocidade”, conta. Ainda de acordo com seu relato, ele não respeitou e disse: “Continua fazendo essa merda aí atrás, que eu continuo aqui na frente”. Ela diz que estava apenas conversando com a namorada.
Ao ouvir a resposta, a musicista retrucou: “Você quer me matar e ainda é homofóbico?”. Ele teria respondido que sim. A vítima pediu que encerrasse a corrida, pela qual se recusou a pagar e, ao sair do carro, o taxista teria ido em sua direção e dado um forte tapa no seu ouvido esquerdo — o que prejudicou em 70% sua audição. Depois da agressão, ele saiu rapidamente do local, e ela não chegou a anotar a placa do veículo
Devido à falta de informações sobre o agressor, Eliza — que afirma conviver com atos discriminatórios nas ruas — não quis registrar o caso na delegacia. Além de lamentar o caso, ela reclama dos cuidados redobrados que deve ter com seu ouvido agora: “Farei teste para saber se recuperei minha audição, mas não posso mais tocar sem proteção”.O QUE FAZER
Vítimas de homofobia podem recorrer às ações implementadas pelo governo do estado, com apoio de ONGs e prefeituras, através do ‘Rio Sem Homofobia’.
CENTROS DE REFERÊNCIAS DE PROMOÇÃO DA CIDADANIA LGBT
Serviço de atendimento jurídico, social e psicológico, de segunda a sexta, das 9h às 18h. Unidades já inauguradas na capital, na Central do Brasil, 7 º andar, e em Friburgo, na Av. Alberto Braune 223, Centro.DISQUE-CIDADANIA LGBT (0800 023 4567)
Serviço telefônico de atendimento 24h e ininterrupto, para orientar e acolher LGBTs, familiares e amigos em situação de violência.Kit do MEC mais amplo
O polêmico kit-anti-homofobia do Ministério da Educação (MEC) deverá incluir combate ao racismo e à intolerância religiosa. A informação foi dada pelo ministro Fernando Haddad, em sabatina ontem no Senado. O material está sendo refeito porque a presidenta Dilma Rousseff considerou-o inadequado.A senadora Marta Suplicy (PT-SP) retirou do projeto de lei anti-homofobia proposta que considerava crime as manifestações contra gays em cultos. Apesar disso, evangélicos prometem grande protesto hoje diante do Congresso contra a lei que criminaliza a homofobia
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