Imagem fálica que terá determinado o cancelamento da exposição
Uma exposição do artista plástico português João Pedro Vale, com inauguração prevista para 2 de Setembro no Espaço Arte Tranquilidade, em Lisboa, foi hoje cancelada por “uma questão de homofobia”, adiantou o artista ao PÚBLICO. “A direcção de marketing da Tranquilidade comunicou-me hoje por telefone que o projecto no seu todo poderia suscitar polémica e não era compatível com os valores da empresa”, diz João Pedro Vale.
A exposição, intitulada “P-Town”, cuja montagem deveria começar a 31 de Agosto, baseia-se numa recolha de factos históricos ocorridos na cidade norte-americana de Provincetown, onde João Pedro Vale e o seu parceiro artístico Nuno Alexandre Ferreira estiveram em residência artística. “Uma das peças era uma ‘fanzine’ cuja capa mostra um monumento transformado em símbolo fálico; outra, é um conjunto de toalhas de praia com inscrições em ‘stencil’ de frases como: ‘Legalize butt sex’ [“legalizem o sexo anal”] ou ‘AIDS is killing artists, now homophobia is killing art [“a sida está a matar os artistas, a homofobia está a matar a arte”]”, explica o artista.
Contactado pelo PÚBLICO, Luís Toscano Rico, director de marketing da Tranquilidade, não negou que a exposição tenha sido cancelada, mas preferiu não fazer comentários. Remeteu esclarecimentos “para as galerias com as quais a Tranquilidade tem parcerias”.
O Espaço Arte Tranquilidade, gerido pela Companhia de Seguros Tranquilidade, tem um acordo com três galerias de arte de Lisboa, que ficam responsáveis pelas propostas de programação do espaço. Um delas é a Galeria Filomena Soares, que habitualmente representa João Pedro Vale. O director da galeria, Manuel Santos, disse ao PÚBLICO que está de férias e não tem conhecimento “de nada”.
“O problema, aqui, era não só a imagem fálica da ‘fanzine’, que propus que fosse utilizada como ‘banner’ na fachada do espaço e num anúncio pensado para o jornal Expresso, mas também a temática gay do meu trabalho”, sublinha o artista. “Não me falaram da questão gay, mas disseram que o problema era a temática geral.”
Apesar de o cancelamento da exposição ter sido feito por telefone, João Pedro Vale garante que marcou por email uma reunião com o director de marketing da Tranquilidade e que essa reunião teve lugar esta terça-feira. “Foi aí que começaram a levantar problemas”, relata. “Foi-me dito que a exposição poderia ferir a sensibilidade dos ‘stakeholders’ da Tranquilidade, foi essa a palavra utilizada, e pediram-me para deixar as fotografias das peças para que eles reflectissem sobre o assunto. Toda a gente naquela reunião percebeu que se estava a falar de uma situação de lápis azul.”
João Pedro Vale, 34 anos, tem vindo a assinar várias obras de temática homossexual. Expõe individualmente desde 2000. Nesse ano, apresentou um conjunto de peças intitulado “Don't Ask, Don't Tell, Don't Pursue”, em referência à política das Forças Armadas norte-americanas que proibia os militares homossexuais de revelarem a sua orientação sexual. Em Novembro de 2009, apresentou na sala de cinema pornográfica Paraíso, em Lisboa, o filme “Hero, Captain and Stranger”, em que são explícitas as cenas de sexo entre homens. Em Novembro de 2010 apresentou no Cinema Nimas, em Lisboa, o filme “English As She Spoke”, sobre um emigrante adolescente que descobre a homossexualidade nos EUA.
A exposição, intitulada “P-Town”, cuja montagem deveria começar a 31 de Agosto, baseia-se numa recolha de factos históricos ocorridos na cidade norte-americana de Provincetown, onde João Pedro Vale e o seu parceiro artístico Nuno Alexandre Ferreira estiveram em residência artística. “Uma das peças era uma ‘fanzine’ cuja capa mostra um monumento transformado em símbolo fálico; outra, é um conjunto de toalhas de praia com inscrições em ‘stencil’ de frases como: ‘Legalize butt sex’ [“legalizem o sexo anal”] ou ‘AIDS is killing artists, now homophobia is killing art [“a sida está a matar os artistas, a homofobia está a matar a arte”]”, explica o artista.
Contactado pelo PÚBLICO, Luís Toscano Rico, director de marketing da Tranquilidade, não negou que a exposição tenha sido cancelada, mas preferiu não fazer comentários. Remeteu esclarecimentos “para as galerias com as quais a Tranquilidade tem parcerias”.
O Espaço Arte Tranquilidade, gerido pela Companhia de Seguros Tranquilidade, tem um acordo com três galerias de arte de Lisboa, que ficam responsáveis pelas propostas de programação do espaço. Um delas é a Galeria Filomena Soares, que habitualmente representa João Pedro Vale. O director da galeria, Manuel Santos, disse ao PÚBLICO que está de férias e não tem conhecimento “de nada”.
“O problema, aqui, era não só a imagem fálica da ‘fanzine’, que propus que fosse utilizada como ‘banner’ na fachada do espaço e num anúncio pensado para o jornal Expresso, mas também a temática gay do meu trabalho”, sublinha o artista. “Não me falaram da questão gay, mas disseram que o problema era a temática geral.”
Apesar de o cancelamento da exposição ter sido feito por telefone, João Pedro Vale garante que marcou por email uma reunião com o director de marketing da Tranquilidade e que essa reunião teve lugar esta terça-feira. “Foi aí que começaram a levantar problemas”, relata. “Foi-me dito que a exposição poderia ferir a sensibilidade dos ‘stakeholders’ da Tranquilidade, foi essa a palavra utilizada, e pediram-me para deixar as fotografias das peças para que eles reflectissem sobre o assunto. Toda a gente naquela reunião percebeu que se estava a falar de uma situação de lápis azul.”
João Pedro Vale, 34 anos, tem vindo a assinar várias obras de temática homossexual. Expõe individualmente desde 2000. Nesse ano, apresentou um conjunto de peças intitulado “Don't Ask, Don't Tell, Don't Pursue”, em referência à política das Forças Armadas norte-americanas que proibia os militares homossexuais de revelarem a sua orientação sexual. Em Novembro de 2009, apresentou na sala de cinema pornográfica Paraíso, em Lisboa, o filme “Hero, Captain and Stranger”, em que são explícitas as cenas de sexo entre homens. Em Novembro de 2010 apresentou no Cinema Nimas, em Lisboa, o filme “English As She Spoke”, sobre um emigrante adolescente que descobre a homossexualidade nos EUA.
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