terça-feira, 17 de maio de 2011

Há cada vez mais agressões homofóbicas nas escolas

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Relatório revela que violência verbal e psicológica são as mais frequentes. Lisboa, Setúbal e Leiria são os distritos com mais denúncias



O número de denúncias sobre agressões homofóbicas ou transfóbicas em meio escolar feitas à rede ex-aequo, associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes (LGBT), aumentou cerca de 12 por cento entre 2008 e 2010, revela o mais recente relatório do Observatório de Educação.

Dentro da agressão homofóbica, a violência verbal é a mais frequente, com 59 casos, logo seguida da psicológica, com 51 casos denunciados. Situação idêntica verifica-se com a agressão transfóbica, com 13 denúncias de violência verbal e doze de violência psicológica.

Quarenta e sete pessoas dizem ter sido agredidas mais de cinco vezes e 75 afirmam que a agressão teve lugar na escola. Em 75 dos casos a agressão partiu de alunos e em 16 surgiram da parte de funcionários e 14 dos professores.

Em declarações à Lusa, a responsável pelo estudo, Rita Paulo, explicou que não se pode concluir que haja um aumento do número de casos de agressão, uma vez que as queixas não são uma amostra representativa.

«O aumento de participações pode estar relacionado com a maior visibilidade do Observatório e não é possível tirar objectivamente nenhuma conclusão no sentido de dizer que há mais ocorrências», apontou Rita Paulos.

Os dados do relatório revelam que a maior participação, 37 por cento, é de jovens com idades entre os 16 e os 18 anos, logo seguida pelos jovens entre os 19 e os 21 anos, com 24 por cento.

Ao nível de distritos, os mais participativos são Lisboa, com 43 por cento seguindo-se de Setúbal com 12 por cento e Leiria com sete por cento.

O relatório «mostra claramente que a maioria dos participantes do Observatório viveu na primeira pessoa ou presenciou diante de terceiros episódios de homofobia, disse Rita Paulo quanto às experiências de discriminação.

Dos formulários preenchidos de forma voluntária pela internet, 42 homossexuais denunciaram ter sido vítimas de homofobia, enquanto entre bissexuais o número desce para 20, entre heterossexuais houve duas denúncias e uma com uma pessoa transexual.

Quanto às vítimas de transfobia foram feitas seis denúncias entre homossexuais, seis entre bissexuais, quatro com heterossexuais e uma com um transexual.

«Verificamos que entre os 81 participantes que afirmam ser homossexuais ou bissexuais, são mais as pessoas do sexo feminino que indicam ter sofrido discriminação com base na identidade ou expressão de género», refere o relatório.

«Em relação aos números de vítimas de homofobia verificamos um pendor maior nos participantes do sexo masculino homossexuais ou bissexuais, enquanto a experiência de testemunho de violência, quer homofóbica, quer transfóbica apresenta valores muito parecidos para ambos os sexos», acrescenta.

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