A professora de artes Marina Reidel, 40 anos, começou a assumir a identidade feminina há cerca de 10 anos. Foi gradual. Deixou o cabelo crescer, apareceu com brincos. Um dia, nas férias, deixou de atender por seu nome de nascimento e virou Marina. A turma de alunos do ano seguinte passou a ter uma professora, oficialmente. Até que tirou licença na escola em que trabalhava para colocar silicone no busto. Voltou mulher, e é claro que despertou a curiosidade dos alunos.
Antes da licença, um professor fez palestras sobre o assunto e avisou os alunos que a professora ausente ia se transformar. “Na volta, foi uma surpresa para todos. Além de elogios, muitos alunos se aproximaram para conversar, falar sobre suas vidas, relacionamentos, fossem LGBT ou não”, conta.
Como Marina é professora, sua história é recontada todos os anos, sempre que chega a turma nova, que geralmente tem muitas perguntas. “Eles comentam e fazem todas as perguntas possíveis: é para chamar de professor ou professora? Dói botar o peito? Perguntam se sou casada ou solteira, com quem eu vivo. Adolescente tem essas curiosidades, e muitas vezes a família não fala sobre isso em casa”, conta Marina. “Todos os anos eu trabalho isso, principalmente com os alunos novos na escola.” Por isso, frequentemente, ela é convidada a dar palestras para estudantes sobre diversidade.
Depois da transformação, uma mãe se incomodou e chegou a tirar seu filho da escola, mas segundo Marina, foi um incidente isolado. Ela não se incomoda de tirar dúvidas e responder às questões que volta e meia aparecem entre os alunos. Todos a chamam hoje por seu nome social, que ainda não é o mesmo que ela carrega nos documentos. “No aeroporto, as pessoas me perguntam se são duas pessoas. Não cai a ficha no primeiro momento, mas depois pedem desculpas”, conta Marina.
Como Marina é professora, sua história é recontada todos os anos, sempre que chega a turma nova, que geralmente tem muitas perguntas. “Eles comentam e fazem todas as perguntas possíveis: é para chamar de professor ou professora? Dói botar o peito? Perguntam se sou casada ou solteira, com quem eu vivo. Adolescente tem essas curiosidades, e muitas vezes a família não fala sobre isso em casa”, conta Marina. “Todos os anos eu trabalho isso, principalmente com os alunos novos na escola.” Por isso, frequentemente, ela é convidada a dar palestras para estudantes sobre diversidade.
Depois da transformação, uma mãe se incomodou e chegou a tirar seu filho da escola, mas segundo Marina, foi um incidente isolado. Ela não se incomoda de tirar dúvidas e responder às questões que volta e meia aparecem entre os alunos. Todos a chamam hoje por seu nome social, que ainda não é o mesmo que ela carrega nos documentos. “No aeroporto, as pessoas me perguntam se são duas pessoas. Não cai a ficha no primeiro momento, mas depois pedem desculpas”, conta Marina.
Ela aguarda a mudança de nome nos documentos, o que é fundamental para seu currículo acadêmico. “Quando publico um artigo em algum lugar, se sai meu nome social, a universidade não contabiliza”, diz. Como as universidades não aceitam o uso do social, ela está matriculada com o nome civil.
Essa é uma das batalhas de Marina: que as escolas respeitem o nome social dos jovens transexuais. “O professor chama o João, mas quem responde é a Maria. Muitos abandonam a escola, porque é um enorme constrangimento”, afirma. Sem conscientização, a transexualidade pode ser mais um pretexto para bullying. Marina passou por uma situação semelhante recentemente: na rodoviária de Belo Horizonte, cidade onde Marina ia dar uma palestra, uma funcionária tentou impedi-la de usar o banheiro feminino. O incidente foi resolvido com uma gerente da rodoviária, que pediu desculpas à professora.
Em casa, a família entendeu quando Marina contou que Mario não existia mais. “Levou um tempinho para acostumar, mas a gente já sabia, já estava acostumada com o jeito dela”, conta Keterly Borchardt, 21 anos, sobrinha que Marina alfabetizou. “Ela estava na Itália quando ligou para a gente para contar sobre o novo nome”, conta Marlene, irmã de Marina. “Foi lá, convivendo com outras meninas, que comecei a me assumir”, relembra a professora. Dos parentes, apenas uma ou outra tia mais velha de vez em quando se atrapalha e chama a loira pelo nome antigo.
Fonte: IG
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