Sob o mote da rejeição da austeridade e pela igualdade realiza-se, no sábado, a sexta Marcha do Orgulho LGBT no Porto, organizada por 13 instituições distintas.
Com encontro marcado para a Praça da República às 15:00, a marcha deste ano pretende, segundo o manifesto do evento, estar na rua "para dar voz a quem não a tem, para mostrar o que alguns não querem ver".
Segundo Paula Antunes, organizadora e integrante do Caleidoscópio LGBT, "o problema passa por, provavelmente, muita gente pensar que, agora que já foi aprovado o casamento e que a lei de mudança de nome foi aprovada, já não existem mais direitos pelos quais lutar".
Apesar da importância das problemáticas económicas e sociais e do momento que o país atravessa, a organizadora refere que "continua a haver muito caminho para fazer" no que toca ao movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros), em particular, por exemplo, em relação à lei da mudança de nome, à "homoparentalidade" e à homossexualidade na terceira idade.
Para João Paulo, do PortugalGay.pt, a marcha vai "falar de austeridade, não só económica, mas nas leis e na vida, na igualdade", uma vez que há muitos direitos que ainda estão por alcançar para a comunidade LGBT, o que por sua vez, explica à Lusa o ativista e organizador da marcha, significa que também a sociedade os tem de atingir.
"Normalmente, quando se fala de homossexualidade, [as pessoas] dizem 'a vossa luta'. Há um 'rapper' que diz: 'Quando lutamos pelos outros, esquecemo-nos de que os outros somos nós', e é isso que quero que as pessoas percebam", declara.
Para este organizador da sexta Marcha do Orgulho LGBT do Porto, "quando as pessoas vão para a rua, estão a lutar por uma geração futura, pelos seus filhos, seus sobrinhos, para que quando forem adultos não tenham que viver as suas vidas de forma encoberta porque não têm acesso a este ou aquele benefício, mas têm acesso a todos os deveres impostos pela sociedade".
A comissão organizadora da Marcha do Orgulho LGBT do Porto inclui o Bloco de Esquerda, o Caleidoscópio LGBT, o GIS, Grupo Identidade XY, a Juventude Socialista, Panteras Rosa, Partido Humanista, Poly-Portugal, Ponto Bi, PortugalGay.pt, Rede PJIOMH, SOS Racismo e UMAR.
Na noite de sábado decorre, também, mas de forma separada, a 11.ª edição do Porto Pride, no Teatro Sá da Bandeira, que é, segundo João Paulo, "mais do que uma festa, é um evento solidário", uma vez que reúne um donativo a ser entregue à Sol -- Associação de Apoio às Crianças Infetadas pelo Vírus da SIDA e suas Famílias.
Sem comentários:
Enviar um comentário