A empresa Manhunt, responsável pela rede social, contactou a empresa Multimédia Outdoors Portugal, entidade privada que gere a publicidade no Metropolitano de Lisboa (ML), tendo sido assinado um contrato para a colocação de 15 MUPIs nas estações de metro mais centrais em Lisboa. A campanha teria início no mês de dezembro.
Os cartazes foram recusados por duas vezes pelo ML, com a justificação que “sempre que se coloque em dúvida de que a natureza dos produtos ou serviços em causa ou o teor da mensagem de uma campanha publicitária possam ferir suscetibilidades, é opção do ML não aceitar a divulgação na sua rede, independentemente da orientação sexual do respetivo público-alvo.”
Iuri Vilar disse ao site PortugalGay.pt que é claramente um ato de discriminação e homofobia explicando que existem “nessas mesmas redes do Metropolitano Mupis com campanhas ousadas e altamente carregadas de teor sexual de empresas como a Triumph, DIM e Armani que apresentam pessoas em trajes íntimos e com as partes sexuais bem definidas e explícitas capazes de ser vistas a olho nu”. Iuri Vilar salienta que o comportamento da empresa gestora de espaços publicitários vai contra o código de conduta e ética da Metro de Lisboa onde se pode ler “os princípios estruturantes da sua atividade [incluem a] erradicação de todas as práticas discriminatórias [e] lealdade, justiça e equidade”.
O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda decidiu questionar o Governo (leia notícia na íntegra), salientando que “a menos que esta decisão se enquadre numa nova e desconhecida política do ML de recusar toda a publicidade com conotação sexual, esta decisão corporiza um ato discriminatório sob o ponto de vista do respeito pela orientação sexual de cada um/uma e pelo combate à homofobia”.
A deputada Catarina Martins pergunta ao Governo, através da Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, se o Governo tem conhecimento desta situação, qual a opinião da Secretária de Estado, “o que pretende fazer relativamente a este caso”, “que ações estão a ser desenvolvidas pela CIG especificamente sobre a temática do combate à homofobia” e se o Governo pretende “acionar um mecanismo que impeça que situações de clara discriminação como a descrita se venham a repetir”.
Entretanto, está ser convocada no facebook uma “flash mob beijoqueira contra a discriminação no metropolitano”, para a próxima 6ª feira, 3 de fevereiro, às 19h na estação Baixa-Chiado, em frente às bilheteiras.
Sem comentários:
Enviar um comentário