quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Queer Lisboa: transgressor e com poucos filmes nacionais

http://www.tvi24.iol.pt/cinebox/queer-lisboa-transgressao-festival-pedro-marum-cinebox-tvi24/1278386-4059.html






A 15.ª edição do Queer Lisboa foi apresentado nesta terça-feira tendo o evento deste ano a transgressão como tema central. O festival de cinema LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros) vai decorrer entre os dias 16 e 24 deste mês no Cinema São Jorge, em Lisboa.

Os Estados Unidos são o país mais representado no Queer Lisboa com 20 filmes entre os 84 anunciados e dos quais apenas cinco são portugueses.

Enquanto a nível internacional «não é muito difícil» encontrar filmes para a programação do festival, selecionar obras nacionais que abordem esta temática «é um bocado mais complicado», reconheceu a organização do certame.

Falta de abertura para o tema e reduzida aposta do mercado são algumas das explicações avançadas à agência Lusa por Pedro Marum.

Em Portugal «não se produz muito nesta área, ao contrário da América do Sul, por exemplo», que este ano tem «uma representação muito forte», assinalou Pedro Marum, garantindo, por outro lado, que o Queer «faz questão de ter programação nacional».

A maioria dos filmes nacionais selecionados é de estudantes ou de realizadores/produtores com uma carreira na área, explicou Pedro Marum, realçando que o desafio para o festival é «arranjar público» quando «os custos são muitos e as ajudas são poucas», mas com um aumento «ligeiro» de público, que no ano passado rondou as oito mil pessoas.

«As pessoas já começam a aceitar o Queer não apenas como um festival gay e lésbico, mas como um festival de cinema», disse o organizador com base no «aumento» e no «tipo» de público que vai ao festival.

O filme de abertura do 15º Queer Lisboa será «Uivo - Howl», de Rob Epstein e Jeffrey Friedman, um retrato do escritor Allen Ginsberg, que foi uma das mais importantes vozes da comunidade gay dos EUA - com estreia comercial em Portugal marcada para dia 22. O filme de encerramento será «Taxi zum Klo», de Frank Ripploh, «uma obra transgressora», resumiu a organização.

O júri da secção competitiva de longa-metragem será composto pelos actores Albano Jerónimo e Beatriz Batarda e por Sam Ashby (designer e editor da revista londrina Little Joe).

A competição de documentário será avaliada pelo realizador Miguel Gonçalves Mendes, Claudia Mauti (directora do Festival de Cinema Mix Milano) e Franck Finance-Madureira (director da Queer Palm do festival de Cannes)

O festival tem ainda um prémio para melhor curta-metragem atribuído pelo público. Entre outras propostas destacam-se a Queer Art, com curadoria de João Ferreira e Ricke Merighi, que pretende «oferecer uma leitura de como o queer rompeu cânones e abriu novas trajetórias no cinema, na literatura, na fotografia e nas artes plásticas».

A intersexualidade terá também uma secção própria, com curadoria de Ricke Merighi, e a secção Queer Pop, a cargo do jornalista Nuno Galopim, propõe três programas de telediscos, entre os quais um dedicado a Kylie Minogue e outro a David Bowie.

O Queer apresentará ainda um espetáculo de teatro físico. «Silenciados», do grupo madrileno Sudhum e encenado por Gustavo Del Río Prieto, conta a história de cinco pessoas assassinadas por discriminação em relação à sua orientação sexual (dias 17 e 18, às 21h00).

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